quarta-feira, 9 de abril de 2008

O Termo Certo....


Preferência ou opção sexual?
O ser humano tem uma dificuldade incrível para aceitar que é um animal. Especial em vários sentidos, é verdade, mas animal ainda assim. Gostamos de documentários sobre a biologia de macacos e leões, mas custamos a aceitar que a natureza possa ter uma influência às vezes determinante sobre nosso comportamento também. Até acreditamos que nossa cor dos cabelos, dos olhos e da pele seja determinada biologicamente. Mas, quando se trata de comportamentos complexos, como a sexualidade, a coisa muda. Quando surgiram, nos anos 80, as primeiras indicações de que a atração que sentimos por um ou por outro sexo é determinada biologicamente, houve manifestações de grupos de homossexuais contra e a favor. Alguns grupos acolheram as descobertas como prova de que homossexualidade não é doença nem opção, e sim biologia inevitável. Outros, ao contrário, sentiram-se lesados em seu direito de serem homossexuais por opção. Mas não deveriam. A preferência sexual, aquela atração física que se sente por um sexo ou pelo outro, é determinada biologicamente e logo no começo da vida, ainda no útero. Genes e fatores hormonais influenciam a formação das regiões cerebrais envolvidas, que demonstrarão sua preferência mais tarde, ao amadurecer na adolescência e ao responder com excitação aos feromônios de um ou de outro sexo -às vezes do mesmo sexo, muitas vezes do outro. Ao contrário, não há nenhuma evidência de que o ambiente social influencie a preferência sexual humana. Cerca de 10% dos homens e das mulheres são atraídos por parceiros do mesmo sexo, e o número não muda entre pessoas criadas por pai e mãe, dois pais, duas mães, com religião ou sem ela. Claro, o que cada um faz com a sua preferência sexual é outra coisa, esta sim uma questão de opção, que, lamentavelmente, deve levar em conta todas as dificuldades sociais e psicológicas que a discriminação traz. A natureza não reina sozinha, e, de fato, é possível optar socialmente por demonstrar um comportamento heterossexual, contra a preferência biológica ou a favor dela. Mas, e ainda bem, o cérebro é capaz de fazer melhor do que isso. Se 100% da população têm preferência sexual inata e biologicamente determinada, somos todos iguais nesse quesito, mesmo que na maioria o cérebro responda a feromônios do sexo oposto. Deveria ser simples, então, optar por aceitar essa preferência biológica, nossa ou dos outros, qualquer que ela seja. Uma grande opção. Por Suzana Herculano-Houzel.Link desta matéria no site:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq0308200608.htm
O termo "opção sexual" está incorreto!
Ninguém opta por ser homossexual ou heterossexual.
Por acaso você optaria se pudesse, em ser gay e, com isso ser discriminado constantemente?
Certamante que não.
Então, utilize apenas o termo
"ORIENTAÇÃO SEXUAL"!!!

sábado, 5 de abril de 2008

Poema...


POEMA DOS OLHOS DA AMADA


Ó minha amada

Que olhos os teus

São cais noturnos

Cheios de adeus

São docas mansas

Trilhando luzes

Que brilham longe

Longe nos breus...

Ó minha amada

Que olhos os teus

Quanto mistério

Nos olhos teus

Quantos saveiros

Quantos navios

Quantos naufrágios

Nos olhos teus...

Ó minha amada

Que olhos os teus

Se Deus houvera

Fizera-os Deus

Pois não os fizera

Quem não soubera

Que há muitas eras

Nos olhos teus.

Ah, minha amada

De olhos ateus

Cria a esperança

Nos olhos meus

De verem um dia

O olhar mendigo

Da poesia Nos olhos teus.

(Vinicius de Moraes)

Segundo a Kriz:


Quem não assiste ao seriado mais comentado do universo lésbico, “The L Word”? Atire a primeira pedra quem nunca assistiu um episódio sequer!
Assisti até a 4ª. temporada e devo confessar que classifico-o como regular e fantasioso. Que pecado cometi! Criticar “The L Word”. Que audácia! Como ousa? Mas entendam: esta é a minha opinião. Dentro da minha cabeça a série grita estereótipos, aliás como todo bom seriado americano, daí seu sucesso.

Senão vejamos alguns dos personagens principais:
Bette: a “dominadora”
Alice: a “descolada”
Shane: a “comedora”
Tina: a “dependente”
Jenny: a “confusa”
Helena: a “desmiolada”

A série, ela conseguiu criar vínculos com a comunidade lésbica. Cada garota identifica-se com um personagem.
Ela cumpre aquilo a que se propõe: diverte, faz chorar, rir, entretém. E é assim que a vejo. Nem mais, nem menos.
Se fosse realmente escolher um seriado gay convincente, escolheria “Queer as Folk”, onde os temas debatidos não terminam nos estereótipos dos personagens. Vão além.
“The L Word”, é uma série que considero regular. Mas ainda falta muito para que seja excelente, especialmente por parte do roteiro.
Tanto que é notável a instabilidade das temporadas. Umas são absurdamente chatas e outras nem tanto. O que acontece na TV americana? A TV americana funciona da seguinte maneira: quando um seriado decola, ele decola mesmo, e só vai ficando “chinfrim” em seu finalzinho de carreira. Vide “Arquivo X” e outros. Poucos são os que conseguem manter uma excelência em seus roteiros como “Seinfield”, “Sex and the City”, “Friends”, etc. A maioria naufraga.
“The L Word” já demonstrou estar perdendo um pouco de seu fôlego. Parece faltar assunto em alguns episódios, mas ainda assim continua cativando grande parte da audiência lésbica aqui e lá fora, simplesmente porque faltam programas sobre o assunto. Isso mesmo! Inexistem bons programas, livros e filmes dedicados ao público lésbico em comparação com o público gay.
Por outro lado, muitos afirmam que a série contribuiu para um fator muito importante chamado “visibilidade”. Mas o que é visibilidade? Quais as maneiras de tornar uma minoria visível quanto às suas necessidades e direitos?
O seriado tornou a comunidade lésbica “palatável”. Oras, quem se incomodaria com um bando de mulheres lindas e inteligentes ainda que lésbicas? “The L Word” deixa claro que: mulheres lésbicas são tão ou mais inteligentes, bonitas, elegantes, descoladas, agressivas e charmosas do que a grande maioria.
E aí entra a fantasia: somos seres humanos como outro qualquer. Eu, você, qualquer uma de nós, somos apenas mulheres de carne e osso. Não sou a oitava maravilha do mundo (quem me conhece sabe disso) e ser lésbica não determina aquilo que eu sou. Minha sexualidade é apenas uma dimensão da minha vida. Sou muito mais do que isso enquanto ser humano.
Ou seja, a visibilidade de uma minoria tem que espelhar a sua realidade. O mundo como ele é. A série joga um conceito “digerível” e de fácil apelo às grandes massas. Por que mostrar um “sapatão”? As famosas “caminhoneiras” e que são uma minoria dentro de uma minoria? Max (Moira) é muito bonitinho(a). É absolutamente digestivo(a) tanto para HT’s quanto para lésbicas.
Visibilidade é igual à realidade. O seriado deu visibilidade àquela parcela da comunidade lésbica que espelha alguns dos seus personagens. E só!
Méritos? Enquanto seriado, diverte e entretém. As atrizes são lindas e convincentes nos papéis (em especial Leisha Hailey). A produção é requintada. Contém ótimas cenas de sexo e nudez, além de ter sido a primeira série exclusivamente dedicada ao público lésbico. Mas, na minha modesta opinião, não é aquilo tudo que as pessoas apregoam. Nada do que coloquei aqui desmerece a série, mesmo porque acompanho a mesma, mas daí a dizer que ela é “o máximo”, seria no mínimo uma temeridade.
Enquanto isso fica a pergunta no ar: o que acontecerá a cada personagem? Conseguirá Shane se livrar das garras da insegurança e ser feliz? E Bette? Tina voltará a ser lésbica?
Enfim, para quem curte o seriado disponibilizo o link para que obtenham maiores informações e comunico que em breve lançarei uma coluna de filmes com temática lésbica
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http://www.sho.com/site/lword/home.do